Sob(re) O Teu Abraço...

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Acreditem eu nunca fui uma dessas pessoas que compartilha a cama com qualquer pessoa, na verdade eu nunca gostei de compartilhar nada, tão pouco a minha cama... Pra ser sincera nunca dormi abraçada com ninguém, sou espaçosa e gosto de dormir sozinha no meio da cama só para garantir que durante a noite ninguém vai querer ocupar o outro lado e atrapalhar meus momentos de sonhar. E foi assim por um bom tempo, e era assim até você, até um dia desses...

Então resolvi testar dormir no teu abraço, deitamos assim abraçadinhos que nem aqueles casais de filmes românticos, e foi romântico. Tão bom sentir teu corpo tão junto do meu, tua respiração calma, o subir e descer do teu peito no circular do ar, o coração pulsando tranquilamente e descobrir que o que me parecia tão incomodo era bom e aconchegante pra ti. E foi lindo e aconchegante durante toda a primeira hora, em que atenta aos detalhes e as sensações, adormeci. Não durou muito, talvez uma ou duas horas depois, acordei e percebi que lá estava eu no meu jeito mais acrobático de ser... As pernas jogadas por cima de ti, os braços estendidos cada um pra um lado e você ainda assim permanecia abraçado a mim, tentando encaixar-se em cada pequeno pedaço que minha mania de espaço te deixava sobrar.

O calor sufocava... Então me retirei do abraço, virei pro meu lado, recolhi-me ao canto da parede como sempre fiz e esperei o sono dormir... Não dormi... Olhei pra você que nesse meio termo de tempo também já havia se adaptado ao meu novo estado e vagarosamente começava a sonhar, como eu sei que sonhava? Por causa do futebol, seus músculos relaxam durante a noite e isso acontece com leves tremidas... 

Cutuquei tuas costas, beijei tua nuca, acarinhei teus cabelos e te observei dormir por um bom tempo até que sussurrei baixo no seu ouvido pedindo pra você voltar pro abraço que só no teu laço me permitia dormir... Você sorriu bobo, virou pra mim todo dengoso, beijou meus lábios suavemente e jogou outra vez o braço por cima da minha cintura e me aninhou ao seu peito, soprou um "Eu te amo" sonolento e finalizou com "dorme minha pequena, eu estou aqui."

E assim ficou, eu que era espaço e você que era adaptação, me acomodei no teu abraço e eu sem teu laço já não sei como dormir tranquila se os meus sonhos tendem a tornar-se real com você aqui. 

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